Mal nenhum

   Músicas que marcaram momentos, roupas que foram usadas, cores, perfumes, texturas e sabores... Tudo que me lembrava você eu tentei apagar, quis que sumisse, mas enquanto mais eu fugia, mais você aparecia, todas aquelas lembranças, essa confusão na minha cabeça, essa dor que dilacera meu peito. Você fez com que eu deixasse de me amar, você dizia que eu não tinha valor, que ninguém além de você me amaria, e que eu jamais poderia fugir dali. Eu acreditei em tudo, eu, ainda inocente, não sabia que no mundo poderia haver tanta maldade, mas havia, e você fazia parte dessas pessoas que destroem a vida de outras sem pestanejar, por simples prazer.
   Você me ensinou a me odiar, me mostrou o quanto a vida pode ser cruel, que as pessoas vivem por trás de máscaras, e que a maioria só está ali por interesse. Você me mantém refém até hoje, nessa prisão mental que me trancou, com essas lembranças, isso tudo que um dia você chamou de amor, e que na verdade não passava de vaidade.
   Você sempre vai ser lembrado como meu pior pesadelo, meu pior ano, pior acontecimento. E se um dia eu te ver por aí, vou fingir que não te conheço, porque na verdade, nunca te conheci, você sempre usou uma máscara de ódio e sarcasmo, as vezes vaidade e sinismo, mas nunca era você, porque lá no fundo eu sei que você é só mais um doente, que nunca soube o que é amar, o que é amor. Obrigada a você por ter me feito uma mulher nova, mais triste, porém mais forte. E como diria Cazuza, diferente de você, eu não posso causar mal nenhum, a não ser a mim mesmo, a não ser a mim.

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