Não sou mais eu.
Eu não quero me entregar a tristeza, ao vazio, a escuridão, as nuvens cinzas... Mas me sinto fisicamente fraca, os sintomas não são só mentais. Da última vez eu tomei comprimidos pra dormir, mas dessa vez, se eu fizesse algo, seria pra morrer. Eu sei, seria egoísta da minha parte deixar a Esther, mas eu não fui egoísta quando podia escolher não tê- la, e ainda sim, a tive, cuido, educo, e amo.
A vida não é perfeita, pessoas perdem pais, pais perdem filhos, há morte em todo lugar, inclusive em minha mente. Tudo ao meu redor é uma possibilidade pra mim, de acabar com minha vida. Não sinto mais fome, sede, sinto sono o dia inteiro, absolutamente nada que eu gosto me dá prazer. Sushi seria uma coisa que eu comeria sempre, mas hoje isso eu tenho vontade. Só entro na internet pra ver alguma mensagem, notícia ou escrever sobre minhas infelicidades e dia a dia. Não tenho mais a paciência que lutei pra ter, tenho dores no corpo, falta de ar pela ansiedade, e choro por qualquer motivo, mas ninguém me acolhe. A única pessoa que me acolhia não me enxerga mais. Eu sei que ele também precisa de mim, mas eu nunca neguei que sempre precisaria demais dele. Eu posso ser independente em muitos aspectos, mas o emocional não é um deles, bom, pelo menos ainda.