Um dia.

June G.

Não finja que se importa
Não bata a minha porta
Quando eu disser que já não suporto mais
Viver nessa angústia​

Eu não preciso da sua pena
Eu não sou pequena
Ao ponto de me levantar sem sua mão

Me pego outra vez pensativa
A dor
A raiva
O medo
A mágoa
Não me deixam traçar um plano
Para sair deste buraco

Quanto mais tento fugir
Mais o passado vem á tona
Já não sei distinguir
O que é sonho ou o que é drama

Um dia eu saio daqui
Um dia eu consigo fugir
E quando eu te ver por aí
Vou fingir que nunca te conheci



June, 22 anos, Transgênero Não binário, Pessoa Negra, Autista E Alto habilidosa/Superdotada, Mãe da Esther de 7 anos, que também é autista. Tia da Ângela Beatriz, Neta da dona Nazaré e Do “Seu” Nem. Tutora de 4 cães e 14 aves de diferentes espécies, escritora, artesã, educadora parental, vestibulanda, divulgadora científica e uma mente criativa. Tenho hiperfoco em animais (mais especificamente animais exóticos), em neurociência (desenvolvimento infantil/humano), Baco exu do blues (todas suas músicas e obras), trabalhos manuais, organização (arrumar meus livros, armários, roupas e qualquer coisa que esteja fora do local. Minhas comidas favorita são sushi, chocolate e suco de maracujá. Possuo seletividade alimentar desde a infância, e já tive um padrão bem restrito a ponto de precisar suplementar todos os anos. Quando alguém possui uma condição além do TEA (TEA + TDAH, TEA + AH/SD e etc) diz se que essa pessoa é duplamente excepcional (dupla excepcionalidade.

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