Dia após dia.
A velha companheira das tardes bateu a porta.
Solidão, prefiro ter você comigo do que ter esse angustiante vazio, que queima o peito, que me faz querer sentir algo, me faz querer buscar no abismo uma saída pra isso tudo, que ao mesmo tempo não é nada.
Todos se vão, ninguém percebe que sempre levam um pouco de mim consigo, e o rombo no peito é inevitável. Meus gritos de dor a ecoar no silêncio, máscaras usadas diariamente sem um porque.
Eu, perdida, sem rumo, mundo a fora, na selva, procurando um sentido pra seguir, pra viver, e no fim de tudo, eu só queria alguém que fosse lar, pra eu morar.
Enquanto eu não consigo, enquanto, não sei o que esperar do amanhã, me escondo atrás do que idealizaram de mim, da menina doce, perfeita, feliz.
Dia após dia eu me perco dentro de mim.