Depressão de final de ano e falando da Esclerose Múltipla.

Quando chega dezembro, consequentemente a gente começa a pensar no que fez ao longo do ano, as coisas que deram errado, as coisas que não fizemos, as mágoas, tristezas, perdas...
 
Claro que ao final de tudo, sempre há algo bom pra se tirar, mas a depressão nos cega, é como uma venda nos olhos, só vemos tristeza, só vemos o lado ruim das coisas, e com isso, a chegada de dezembro se torna um pesadelo, só pensamos nos nossos fracassos, nas pessoas que se foram, nas coisas que não conseguimos terminar.

Mais um ano se vai, não consegui entrar para o ensino médio, apesar de estar perto e faltar poucas provas.

Só consigo pensar no que não consegui terminar, nas tristezas, nas pessoas que por mais um ano, não reencontrei.

A falta de ânimo, fadiga, aquela sensação de desrealização, ansiedade e o "tanto faz" tomam conta de mim.

Fazia alguns meses no qual eu não pensava seriamente em suicídio, mas nesse mês, é a única coisa que se passa na minha cabeça, planejo, marco dia e hora, e deixo "avisos" na esperança de que alguém perceba, mas nunca percebem.

Eu sei que desde os 12 anos é essa minha realidade, de certa forma estou "acostumada", mas a Dor, ela piora a cada ano, a cada acontecimento desastroso.

Estou sobrevivendo a 4 anos, porque pra falar a verdade, isso não é viver, é só sobreviver.

Sinceramente eu nunca sei quando vou tentar algo, eu planejo, mas sempre faço tudo por impulso, não sei se vou durar pra ver 2017 chegar, eu só sei que... A cada ano que se passa, meu desprezo por minha vida aumenta.

A única coisa que me faz permanecer aqui é minha filha, me sinto egoísta em pensar dar um fim nisso tudo, mas eu sou esgoista em não aceitar mais sofrer?

Bem, eu não sei, esses dias, inconscientemente, me peguei pensando em como seria a vida da minha filha, sabendo que a mãe se suicidou, com certeza seria a pior coisa de sua vida.

Mas como disse, Eu planejo e acabo fazendo algo diferente, por impulso, e tenho medo de fazer algo contra mim que não tenha volta.

1 ano atrás, eu fiz uma ressonância magnética do crânio, foi aí que tive o diagnóstico final do transtorno de personalidade borderline, pois quem tem, apresenta uma anomalia cerebral, mas também havia outra coisa lá, além disso, e desde então, tenho suspeitas de ter esclerose múltipla.

Na época, eu fiquei maluca com isso, mas não podia fazer o exame que pediram, pois consistia em tirar um líquido da coluna, e eu estava grávida.

Depois disso, eu não quis mais continuar o tratamento com o neurologista, e fui pesquisando sobre a doença.

Há gente que morre e ao longo da vida, se quer apresenta um sintoma, há pessoas que mesmo depois do diagnóstico, só apresentam sintomas 5, 10 anos depois.

Então, esse ano, resolvi que em 2017, se eu estiver viva, vou voltar com o tratamento e os exames pra descartar algumas hipóteses e ter o diagnóstico final.

Eu sempre me pego pensando nisso, e penso que se perder algum dos meus movimentos, ou até vegetar em uma cama, eu prefiro morrer.

Já sou infeliz com a vida que levo, já sou um problema pra minha mãe, gastos, preocupação, então imagina aí, eu em cima de uma cama?

Prefiro ser uma mãe morta para minha filha do que uma mãe vegetal.

Mas sinceramente, tanto faz, a única coisa que aguado ansiosamente, é minha volta ao consultório psiquiátrico, será mais um ano, mais remédios, efeitos colaterais, e mais fracassos.

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